domingo, 1 de julho de 2007

O GRUNHIDO GRÁFICO


Arte? Movimentos artísticos? Não sei, não conheço! Não percebo!

Seguindo a teoria evolucionista, a espécie humana surge e desenvolve-se. Desde a amiba ao clone, muita coisa aconteceu... A necessidade que o animal tem de deixar marcas territoriais e de demarcar a sua superioridade, leva-o a uma busca mais aprofundada dessas mesmas marcas.

Na Arte, tudo começa com um grunhido gráfico, uma necessidade de comunicação e de encontrar uma linguagem perceptível. Desde a Pré-história que o grunhido gráfico se mantém até aos nossos dias. Desenvolve-se e acompanha a espécie.

Tudo se complica quando o Homem cria as suas próprias necessidades e explora o seu grunhido gráfico. Houve épocas, na história, que a expressão/representação pictórica era comum entre povos/civilizações por razões políticas, religiosas e sociais, esta tinha um carácter “universal” e elitista. Era um trabalho realizado por artesãos especializados. De entre estes, alguns corajosos, romperam com a normalidade instituída.

Felizmente ou infelizmente, o homem tem uma tendência natural para ser indivíduo, o que lhe permite ser insatisfeito. Este facto tem contribuído para a diversidade de estilos, movimentos que têm existido ao longo dos tempos, elevando a linguagem pictórica ao extremo da “incompreensão”.

É deste modo, que hoje, não compreendemos, não sabemos mas respeitamos a Arte porque é diferente. Diferente pelo tipo de comunicação, pela diversidade de expressão e pelo individuo /autor/artista. Para a compreendermos, somos obrigados a estudar, a estudar afincadamente, a reflectir e a procurar, e mesmo assim, talvez seja possível compreender o passado mas no presente “vejo-me” a olhar para a obra sem sentido. Olhar só a obra, não chega!
-Sim, gosto. -As cores são giras! -Ficava bem lá em casa, por cima do sofá! -Blá, blá, blá.....!

Hoje! olhar só, não chega? Devemos conhecer mais sobre o artista e entender a sua procura, no caminho do desenvolvimento do seu grunhido plástico e/ou linguagem artística, intelectualizando a sua obra? Ou apenas olhar? Gostar ou não?
Muitas questões se impõem pelas dúvidas que o Homem e a sua obra suscita e muito se pode teorizar, no entanto a obra fica, compreendida ou não.

Paula Elvas

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